Em 2021, o Governo do Estado registrou 11 pacientes confirmados com a Doença de Chagas até o mês de setembro - oito casos são do município de Macapá – os demais foram detectados em Santana, Porto Grande e Pedra Branca.
O Núcleo de Vigilância Ambiental da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) monitora e investiga a situação.
Investigação de casos
Quando algum caso é registrado nos municípios, inicia-se a investigação através da coleta de amostras. Um dos primeiros passos do protocolo é a busca pela via de origem da contaminação.
O estágio seguinte consiste em orientar a população sobre o manuseio correto dos alimentos, incluindo o açaí.
Entre as medidas necessárias, estão: evitar o contato com o barbeiro (vetor da doença de Chagas) através do uso de inseticidas e repelentes; e notificar a vigilância sanitária municipal para os procedimentos de fiscalização.
No final do mês de setembro, em Porto Grande, houve registro de duas mortes de cães por doença de Chagas. A SVS investigou a situação enviando 18 amostras para o Laboratório Central do Amapá (Lacen).
As coletas foram extraídas dos animais e de cinco pessoas que estiveram em contato com eles.
Os cães testaram positivo para a doença, já nos humanos, nenhum caso foi confirmado.
Para todos os casos positivos, tanto em humanos como nos animais domésticos, é disponibilizado medicamento para tratamento de forma imediata.
"Existem casos confirmados em cães, no município de Porto Grande, mas todas as pessoas que tiveram contato com os animais foram testadas e monitoradas e deram negativo para Chagas", relatou Rackel Barroso, chefe da Vigilância Ambiental da SVS.
Transmissão
A Doença de Chagas é transmitida pelo inseto Triatomíneo (Barbeiro) contaminado, responsável pela transmissão do protozoário Trypanosoma Cruzi, causador da enfermidade.
Os principais sintomas incluem febre e inchaços. Caso não seja tratada, a doença pode causar insuficiência cardíaca.
Na região amazônica é mais comum que a transmissão se dê através da ingestão de material contaminado com triatomíneos (inseto vetor da doença de Chagas) infectados.
Além disso, o contato com as fezes, que podem estar presentes nas carnes cruas e/ou mal cozidas, também podem ser um foco de contaminação pela doença.
No norte do Brasil o açaí é muito consumido “in natura”, mas se não for processado de forma correta, pode ser uma fonte de infecção por ingestão. Outra maneira de contrair a doença é através do contato direto com o inseto, que pica a pessoa e deposita as fezes na ferida aberta.
A SVS recomenda que caso seja encontrado algum inseto do tipo barbeiro, as autoridades locais devem ser acionadas imediatamente para realizar a coleta e o envio do animal ao Lacen.